Dragon Age: Origins

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Biga
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Dragon Age: Origins

Mensagem por Biga »

pra quem curte um bom rpg, fica a dica.

review do jogo:

"Existem duas coisas Infinitas: O Universo, e a ignorancia Humana" (Albert Einstein)
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Re: Dragon Age: Origins

Mensagem por Biga »

e um review em português

Nasce um novo clássico

Este final de 2009 está bastante movimentado pelos lançamentos de jogos de peso, alguns já considerados na lista dos melhores do ano. Dragon Age: Origins, novo RPG da BioWare, experiente desenvolvedora também responsável por sucessos como Baldur’s Gate, Mass Effect e NeverWinter Nights, entra na lista dos melhores RPGs de 2009 - e dos últimos anos também.

Os desenvolvedores afirmaram que queriam fazer um jogo a altura de Baldur’s Gate, que até hoje é considerado a obra prima da desenvolvedora. Nós tivemos a chance de experimentar a promessa lançada pela EA e quer saber? Realmente fizeram um novo clássico que não apenas aproveita tudo o que há de melhor no que a desenvolvedora já produziu, como expande ainda mais a imersão em jogos de RPG aproveitando a familiaridade de muitos jogadores e fãs dos filmes baseados na obra de Tokien (Senhor dos Anéis).

Uma história cativante, épica e detalhada

Uma das grandes qualidades de Dragon Age: Origins é contar com uma história cativante. Quando iniciamos o jogo casualmente, nos surpreendemos pela facilidade com que o game nos “enfeitiça” pela narrativa do game, que faz as horas passarem como minutos. O segredo todo está na maneira como o roteiro é conduzido, sempre estimulando interesse no que vai acontecer em seguida, além de utilizar situações e personagens que despertam empatia e identificação no jogador, colocando-o diante de dilemas e circunstâncias que exigem decisões que lembram muito a vida real.

Prova disso pode ser vista na história inicial do seu personagem. Conforme se escolhe uma das três raças disponíveis (humano, elfo ou anão) e suas possíveis classes (mago, ladino ou guerreiro), o jogo define o antecedente histórico. Há seis histórias ao todo: Nobre Humano, Magi, Elfo Urbano, Elfo Dalish, Anão Pebleu e Anão Nobre. Seja uma traição em um castelo, um casamento frustrado com oportunidade de vingança ou mesmo um ritual de mágica obscuro, cada história apresenta um início diferente e motivador tornando o valor de replay bastante alto.

Depois desse início a histórias se encaixam no roteiro principal do jogo onde você encarna um membro da legendária ordem dos Grey Wardens, uma classe especial de guerreiros que busca juntar um grande exército contra os soldados das trevas (Darkspawn) que avançam do subsolo para dominar e destruir tudo o que vier pela frente.

Porém, para conseguir ajuda dos exércitos de outras raças, o jogador terá que realizar uma série de favores e atender outras demandas para conquistar a fidelidade daqueles que deseja. Isso o levará a diversas missões, sendo isso apenas a superfície de um jogo incrivelmente detalhado e épico. Para aqueles que quiserem literalmente entrar no universo do jogo, há uma enciclopédia constantemente atualizada sobre diversos elementos do jogo, inclusive com o plano de fundo histórico – são centenas de textos ricos em detalhes.

Prepare-se para dedicar um bom tempo jogando

Além das missões principais há dezenas de outras secundárias e muitas estão disponíveis com os próprios companheiros do jogador, basta conversar ou achar algum item que interesse a algum deles para descobri-las.

Seguindo o ritmo de Baldur’s Gate, as missões geralmente tomam muito tempo para serem concluídas chegando até mesmo a consumir dias para alcançar os objetivos, especialmente se o jogador não conseguir se dedicar mais do que uma hora por dia. E espere tudo delas. Traição, gente que abusa da boa vontade, pessoas tentando manipular, mocinhos que são bandidos e vice-versa, dilemas e decisões difíceis que realmente alteram o rumo do jogo. O mais impressionante é que geralmente uma missão quase sempre leva você à outra e torna o jogo mais profundo e expansivo.

É normal ter vários níveis e mapas cada vez mais detalhados – quando você acha que já viu tudo, aparece mais coisa. O jogo é tão complexo e detalhado que demora para você “limpar” um cenário, e mesmo quando você pensa que já fez tudo, ainda há mais coisa para aqueles que se disporem a explorar em detalhes tudo o que vem pela frente.

Combate tático, empolgante e desafiador

Durante o game, o jogador controlará uma equipe de 4 membros, sendo que um deles é o seu personagem. O segredo para ser bem sucedido na batalha está na variedade e equilíbrio das habilidades de cada membro. Nós nos demos bem com uma equipe com dois guerreiros e duas magas, sendo que uma seguia a linha mais agressiva e a outra dava suporte à equipe, curando e lançando feitiços de proteção.

E como já falamos a respeito do tempo que o jogo exige, definitivamente Dragon Age: Origins não é um RPG de ação, onde basta clicar nos inimigos e esperar que eles morram. O jogo está mais ao estilo de combate de Baldur´s Gate, pois exige ação tática e uso constante da pausa durante o combate, mesmo nos níveis mais fáceis.

Algumas dessas batalhas são tão desafiadoras que o jogador não deverá ter pressa para completá-las, pois as lutas às vezes duram 20 minutos ou mais dependendo do grau de dificuldade que se escolher, obrigando o jogador a pensar para melhor posicionar seus personagens e escolher os tipos de ataque efetivos. Apesar de usar esse sistema, isso não quer dizer que as batalhas sejam chatas ou entediantes – pelo contrário, formam um dos muitos pontos altos do jogo. São batalhas épicas, emocionantes e desafiadoras, nas quais o jogador nem sente o tempo passar.

A interface é bastante flexível com o menu onde colocamos os principais poderes e habilidades para acesso rápido e no mais tudo é bastante intuitivo para organização. Os personagens possuem ótima IA, mas podem também serem programados pelo jogador para ações específicas, como por exemplo, se um mago de seu time for atacado, os guerreiros podem socorrê-lo. Enfim, há uma centena de possibilidades nas mãos do jogador para que seja bem sucedido.

Desenvolvendo o personagem

O sistema de desenvolvimento dos personagens é muito bem feito e intuitivo. A interação entre os membros da equipe é viva e dinâmica. Eles aprovam ou desaprovam suas atitudes e decisões durante o jogo. Conversar de maneira correta e privada no acampamento ou dar presentes ajuda a conquistar a confiança. Mas, caso eles desaprovem demais sua conduta, em breve podem desertar ou mesmo lutarem contra você em determinada missão. Contudo, se a aprovação for alta, eles ganham bônus para combate e pode surgir até mesmo algum romance.

Já no desenvolvimento das habilidades, há vários meios interessantes de se construir poderosos personagens. Nas batalhas e missões, toda a equipe ganha um número de experiência e quando esse número chega a um valor pré-determinado, cada membro ganha um novo nível (subida de level), com pontos a serem utilizados em força, destreza, força de vontade, magia, astúcia e constituição. Pontos também são liberados para serem utilizados em perícias como coerção, roubo, montagem de armadilhas, sobrevivência, herbalismo, preparo de venenos, treinamento em combate e táticas de combate. Depois disso há os talentos e feitiços que são habilidades exclusivas que variam conforme o personagem escolhido.

O segredo, como já dissemos, é tentar equilibrar ao máximo a equipe e focar na especialização de certas habilidades. Os magos, por exemplo, de início não possuem muitos poderes, mas conforme chegam em níveis mais altos apresentam capacidades impressionantes que podem ser o fator decisivo para a vitória.

Há também inúmeros estilos de armas, armaduras, e centenas de itens para fornecer a seu grupo. Cada personagem pode ter dois conjuntos de armas equipados ao mesmo tempo, um passivo e outro ativo. Bônus são garantidos se o jogador prover o personagem com diversos itens do mesmo nome ou material similar, formando um set de armadura.

Pode-se também colher plantas que servem desde matéria prima para poções e bombas químicas como venenos para serem usados nas armas durante o combate. E, por fim, as runas são ótimos poderes que podem ser anexados em armas, tornando-as mais letais com ataque de gelo, fogo, entre outros bônus ou mesmo defesa.

Visual e som de ponta

Tendo em vista que estamos falando de um RPG, os gráficos de Dragon Age são excelentes. A câmera é bastante flexível, permitindo uma visão mais distante para combates ou mais próxima para ver todos os detalhes, de qualquer ângulo. A direção de arte do game mostra toda a sua criatividade e inspiração tanto na variedade dos cenários – gelo, fogo, florestas, cidades, cavernas, etc – como no desenho e concepção dos monstros, com destaque aos incríveis dragões que o jogador uma hora outra será obrigado a enfrentar.

As cinemáticas são excelentes e usa basicamente a mesma engine do jogo – tudo detalhado e dirigido de forma a captar cada nuance da história como os olhares vívidos dos personagens durante os diálogos. Os detalhes impressionam e foram imaginados com todo o cuidado – os efeitos brilhantes e atordoantes dos feitiços mágicos, a cor dos olhos dos personagens – de modo que 99,9% passa no teste do zoom quando conferimos os detalhes.

Os combates são graficamente extremamente bem feitos, não há aquela repetição de golpes como nos RPGs normais – tudo é visceral, movimentos diferentes, golpes de finalização muito criativos e violentos. Sangue jorrando por todos os lados e os personagens depois de uma feroz batalha ficam quase sempre cobertos de gotas de sangue. A única coisa passível de crítica é que nos consoles a qualidade não está tão avançada como no PC e algumas texturas, poucas mesmo em alguns lugares isolados, não fazem jus à qualidade geral do jogo.

No aspecto sonoro o jogo segue a mesma linha de qualidade. A trilha sonora inspirativa é composta por Inon Zur, um dos mais respeitados compositores para filmes e games da atualidade. Músicas de batalhas, especialmente no Círculo Mágico são uma prova do talento desse compositor.

O som de ambiente é também amplamente variado e detalhadamente produzido. Nas batalhas chegamos a ouvir um som intenso referente a cada golpe, desde a espada penetrando pele adentro aos ossos se quebrando.

As dezenas de personagens do jogo são totalmente dublados, dialogam com o jogador, entre si e isso inclui também dezenas de falas entre NPCs quando você chega perto. A dublagem está como uma das melhores já vistas em na história dos games, com variedade de vozes, competência e interpretação profissional.

Versão de colecionador

Testamos a versão de colecionador disponibilizada pela EA Brasil de Dragon Age: Origins e gostamos muito do que vimos. A caixa vem com dois DVDs, sendo em um o conteúdo do jogo em si e no outro um bônus que traz o ‘Making Of’, dicas de estratégia, entre outros vídeos interessantes; embora seja uma pena que tudo está em inglês e sem opção de legendas. Há também papel de parede dentro do DVD e trilha sonora completa em MP3, além de um pequeno mapa impresso da região de Ferelden (o mapa acaba não sendo muito útil, já que não mostra marcação de lugares ou revela nada de importante para o jogador, sendo mais artístico mesmo).

Acompanham dentro da caixa outros dois panfletos com códigos para o jogador conseguir itens exclusivos e missões especiais. Estes códigos podem ser usados apenas uma vez e ficam vinculados à sua conta online. Depois de informados os códigos, o jogo mesmo faz o download das novas missões pela Internet e as instala de forma automática, estando posteriormente disponíveis no diário do jogador. Sem cometer muitos spoilers, as missões permitem colocar golem na sua equipe e libera alguns itens muito interessantes. Para quem tem dinheiro sobrando, vale a pena investir nesta versão de colecionador para ter esse conteúdo extra.

Por fim, apesar de não ter multiplayer, o game incentiva o jogador a ficar sempre online e logado na sua conta, já que o seu perfil online é automaticamente atualizado com suas conquistas, história e algumas screenshots. A atualização é demorada, mas sempre é interessante compartilhar seu progresso com amigos. Além disso, tudo indica que em breve os jogadores poderão baixar ainda mais conteúdo pela internet, tornando DAO um residente que vai morar muito tempo no HD do seu computador.

Um dos melhore RPGs da história

Se você esperava um bom RPG como a série Bauldur’s Gate, não deixe Dragon Age: Origins passar, pois talvez demore alguns anos para sair um jogo deste nível de novo, tão bem produzido, feito por uma equipe inspirada e talentosa que realmente ama o que faz. Um jogo ambicioso, complexo e que oferece uma experiência tão imersiva que pode acabar facilmente com sua vida social.

Seguindo o estilo de Neverwinter Nights, as nuances dos olhares de Mass Effect e a essência de imersão e complexidade de Baldur’s Gate, a desenvolvedora Bioware produziu mais uma obra prima e sem dúvida um dos melhores RPGs dos últimos anos.

texto retirado daqui
"Existem duas coisas Infinitas: O Universo, e a ignorancia Humana" (Albert Einstein)
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