Muito boa!!! Quem você imaginaria passando por isso.
Enviado: Qua Dez 15, 2004 1:16 pm
Não vale só responderem o dork.
Vinte anos. Ah, os vinte anos. De casados, claro! Casamos novos. Ela com 19 e
eu com 20 anos de idade. Lua-de-mel, viagens, mobílias na casa alugada,
prestações da casa própria e o primeiro bebê. Anos oitenta e a moda era ter uma
filmadora do Paraguai. Sempre tinha um vizinho ou amigo contrabandista disposto
a trazer aquela muambazinha por um preço módico. Ela tinha vergonha, mas eu
desejava eternizar aquele momento. Irrompi na sala de parto com a câmera no
ombro e chorei enquanto filmava o parto do meu primeiro filho. Todo mundo que
chegava lá em casa era obrigado a assistir o filme. Perdi a conta das cópias
que fiz do parto e distribuí entre amigos, parentes e parentes dos amigos. Meu
filho e minha esposa eram o meu orgulho.
Três anos depois, novo parto, nova filmagem, nova crise de choro. Como ela
categoricamente disse que não queria que eu filmasse, invadi a sala de parto
mais uma vez com a câmera ao ombro. As pessoas que me conhecem sabem que havia
apenas amor de pai e marido naquele ato. O fato de fazer diversas cópias da
fita era apenas uma demonstração de meu orgulho.
Nada que se comparasse ao fato de ela, essa semana, invadir a sala do meu
urologista, câmera ao ombro, filmando o meu exame de próstata. Eu lá, com as
pernas naquelas malditas braçadeiras, o cara com um dedo (ele jura que era só
um!) quase na minha garganta e a mulher gritando:
- Ah! Doutoor! Que maravilha! Vou fazer duas mil cópias dessa fita! Semana que
vem estou enviando uma para o senhor!
Meus olhos saindo da órbita a fuzilaram, mas a dor era tanta que não conseguia
falar. O miserável do médico girou o dedo e eu vi o teto a dois centímetros do
meu nariz. A mulher continuou a gritar, como um diretor de cinema:
- Isso, doutooor! Agora gire de novo, mais devagar. Vou dar um close agora...
Alcancei um sapato na mesa e joguei na maldita. Agora, estou escrevendo este
e-mail, pedindo aos amigos que receberem uma cópia do filme, que o enviem de
volta para mim. Eu pago o reembolso.
J.Miguel 01/11/2004
Vinte anos. Ah, os vinte anos. De casados, claro! Casamos novos. Ela com 19 e
eu com 20 anos de idade. Lua-de-mel, viagens, mobílias na casa alugada,
prestações da casa própria e o primeiro bebê. Anos oitenta e a moda era ter uma
filmadora do Paraguai. Sempre tinha um vizinho ou amigo contrabandista disposto
a trazer aquela muambazinha por um preço módico. Ela tinha vergonha, mas eu
desejava eternizar aquele momento. Irrompi na sala de parto com a câmera no
ombro e chorei enquanto filmava o parto do meu primeiro filho. Todo mundo que
chegava lá em casa era obrigado a assistir o filme. Perdi a conta das cópias
que fiz do parto e distribuí entre amigos, parentes e parentes dos amigos. Meu
filho e minha esposa eram o meu orgulho.
Três anos depois, novo parto, nova filmagem, nova crise de choro. Como ela
categoricamente disse que não queria que eu filmasse, invadi a sala de parto
mais uma vez com a câmera ao ombro. As pessoas que me conhecem sabem que havia
apenas amor de pai e marido naquele ato. O fato de fazer diversas cópias da
fita era apenas uma demonstração de meu orgulho.
Nada que se comparasse ao fato de ela, essa semana, invadir a sala do meu
urologista, câmera ao ombro, filmando o meu exame de próstata. Eu lá, com as
pernas naquelas malditas braçadeiras, o cara com um dedo (ele jura que era só
um!) quase na minha garganta e a mulher gritando:
- Ah! Doutoor! Que maravilha! Vou fazer duas mil cópias dessa fita! Semana que
vem estou enviando uma para o senhor!
Meus olhos saindo da órbita a fuzilaram, mas a dor era tanta que não conseguia
falar. O miserável do médico girou o dedo e eu vi o teto a dois centímetros do
meu nariz. A mulher continuou a gritar, como um diretor de cinema:
- Isso, doutooor! Agora gire de novo, mais devagar. Vou dar um close agora...
Alcancei um sapato na mesa e joguei na maldita. Agora, estou escrevendo este
e-mail, pedindo aos amigos que receberem uma cópia do filme, que o enviem de
volta para mim. Eu pago o reembolso.
J.Miguel 01/11/2004