Justiça condenou banqueiro a dez anos de prisão por corrupção.
Advogado de Dantas diz que decisão é 'completamente delirante'.

O advogado do banqueiro Daniel Dantas, Nélio Machado, afirmou nesta terça-feira (3) que a sentença que condenou seu cliente a dez anos de prisão é “completamente despropositada”. Segundo Machado, “a pena de um estuprador, de um homicida, é menor do que essa, feita contra alguém que não cometeu crime nenhum”.
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Na opinião do advogado, a decisão é “uma colcha de retalhos, é um negócio completamente delirante”.
A Justiça Federal condenou Dantas a dez anos de prisão e R$ 12 milhões de multa por corrupção ativa no processo sobre a tentativa de suborno a um delegado da Polícia Federal na Operação Satiagraha, mas ele poderá recorrer em liberdade.
Nélio Machado confirmou que já recorreu da decisão junto ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região, pedindo o reexame integral da causa. Perguntado por jornalistas sobre sua expectativa a respeito da mudança da sentença, ele afirmou: “Se não mudar, acabou o estado de direito democrático”.
Segundo ele, isso se deveria ao que classificou de “atropelamento descarado de todas as garantidas fundamentais”.
Ainda segundo o advogado, o único acerto identificado pro ele na causa é quando o juiz Fausto de Sanctis, autor da sentença, “reconhece o direito do meu cliente de responder ao processo em liberdade”.
Nélio Machado também criticou a atuação de De Sanctis ao longo do processo. “O juiz é suspeito. Não deferiu nenhum pedido da defesa e da acusação, quando pedia, deferia todos.”
Para o advogado, o juiz estaria embutido de uma “missão” de condenar Daniel Dantas. Perguntado sobre qual seria a motivação de De Sanctis, Machado disse que ele possuía uma “visão ideológica equivocada, visão de justiça social oblíqua e um certo apelo à vaidade humana”.
Nélio Machado disse ainda que seu cliente é vítima de “inaudita perseguição política”. “Considero Daniel Dantas um perseguido político”, disse o advogado.
Nota
Mais cedo, o advogado já tinha divulgado nota em que disse que a sentença contra o banqueiro é "nula".
"A defesa de Daniel Valente Dantas afirma que o processo julgado pelo juiz da 6ª Vara Criminal Federal é absolutamente nulo. Não houve o crime atribuído ao meu constituinte; sua defesa foi cerceada, as provas são fraudadas e o magistrado impediu a perícia à demonstração da improcedência da acusação", diz a nota.
Resposta
Na sentença, De Sanctis afirmou que foi "imparcial" e "independente" em sua decisão. "A sentença configura o momento adequado do juiz se pronunciar sobre o fato e todas as suas circunstâncias. Simplesmente é o sublime ato de julgar no sentido em que deve ser: plenitude, imparcialidade e independência", afirmou De Sanctis.
O juiz disse ainda que seu interesse no caso é a "busca da verdade". "Não há interesse, a não ser pela busca da verdade. Não há engajamento do magistrado a não ser neste sentido, muito menos, deixou-se de lado garantias de um estado de direto e assunção de figura outra que não a de um magistrado criminal."

Pena maior
Em nota, o Ministério Público Federal informou que estuda entrar com recurso em relação à condenação de Dantas para pedir uma pena maior. A pena máxima para o crime imputado a Dantas é de doze anos de prisão.
"Dantas foi o mandante do crime e entendo que ele poderia ter sido condenado a pena máxima. Os acusados demonstraram desprezo às instituições públicas ao oferecer propina a um delegado de Polícia Federal", afirmou o procurador da República Rodrigo de Grandis.
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Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0 ... ITADA.html
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