Gran Turismo 4
Avaliação Equipe EGM Brasil
Gráfico 9.5 9.5
Som 9.5
Jogabilidade 9.5
Diversão 9.5
Gênero: Corrida
Lançamento: 02/2005
Desenvolvedor: Polyphony Digital
Distribuidor: Sony CEA
Plataformas: PS2
A perfeição sobre quatro rodas
FABIO: Ao longo dos anos, o perfeccionismo de Kazunori Yamauchi elevou os padrões do automobilismo virtual a patamares não alcançados por nenhuma outra equipe. E Gran Turismo 4 repete este feito. O primeiro departamento com notável progresso é o gráfico. GT4 é o primeiro título de PS2 a suportar scan progressivo no padrão 1080i, rodando a 60 fps, com as melhores texturas já vistas em um game de corrida (capturadas dos locais reais) e modelos de carros com uma média de cinco mil polígonos (mil a mais que o anterior). A abertura em Dolby Digital 5.1 é só uma vaga indicação da experiência auditiva que você vai curtir. Em jogo, tudo é apresentado em Dolby Pro-Logic II, para melhor apreciação dos mais fiéis sons de carros em um game. O modo de simulação reformulado oferece desafios infernais e há também algumas surpresas para tornar seu empreendimento mais interessante, como carros secretos que aparecem esporadicamente na loja de usados e calotas especiais em dias determinados.
Em questão de conteúdo, a PD concluiu um legado que não será superado por um bom tempo. Sobrepujando até mesmo GT2 e seus inatingíveis 600 carros, GT4 apresenta 735 veículos, num acervo que vai desde exemplares históricos do final do século XIX a carros de competição de diversas ligas. É claro que a predominância de carros japoneses continua (mais de 50 são Skylines), mas a variedade de montadoras (mais de 80) deixa a lista mais agradável. Nas pistas, destaques para o Circuit de la Sarthe, cenário das 24 horas de Le Mans, e a Nürburgring Nordschieleife, a mais bonita e desafiante pista já feita (a engine gráfica do game teve que ser modificada somente por causa dessa pista, que não poderia ser carregada inteira para a memória, e então foi adaptada para leitura sob demanda). Dos aprimoramentos da engine física, o mais óbvio é o mostrador de centro de gravidade, um ineditismo que exibe visualmente o balanço entre as forças centrífuga e centrípeta, auxiliando na realização das curvas. A transferência de peso em freadas, aceleradas e curvas está mais natural do que nunca. O conjunto de todos esses fatores influencia a sensação de pilotagem. Isso é auxiliado pelo suporte a múltiplas tecnologias, como HDTV, DPLII, volante Driving Force Pro e multi-monitores (que tal jogar com amplo campo de visão distribuído ao longo de três TVs, cada uma com um PS2, todos ligados em LAN?).
O único problema de GT4 é o nome que ele carrega e a exigência de seu público. Algumas mazelas da série ainda persistem, desde as mais cosméticas, como a ausência de luz de ré, até as mais importantes, como a carência de mais opções de personalização e a necessidade da exibição de danos nos veículos. A aderência dos pneus está mais precisa, mas ainda não leva em conta a temperatura e a pressão dos pneus. O consumo de combustível foi adicionado, mas o peso do tanque não influencia no desempenho. A inteligência artificial, apesar de se adaptar ao seu estilo de direção, continua seguindo uma trilha pré-definida. O prometido modo online não se tornou realidade (mas dá pra jogar em LAN entre seis amigos) e esperava-se mais dos eventos, como provas de arrancada e derrapagem. Outro sonho dos fãs continua pendente: nada de Porsches, Lamborghinis ou Ferraris. Com uma representação tão fiel da cultura automobilística, GT4 poderia assumir de vez seu caráter de enciclopédia dos carros e incluir textos com informações relativas a veículos, pistas e fatos históricos.
RODRIGO: Finalmente! Já havia perdido a paciência de esperar GT4. Felizmente, minhas expectativas se transformaram em realidade. Este game representa o ápice do automobilismo virtual. Nunca houve um jogo deste gênero tão completo, rico e cheio de informações reais. A começar pela imensa lista de carros à disposição (são mais de 700): alguns são conhecidos, como o Nissan Skyline, o Honda NSX e o Subaru Imprenza. Outros são novos como a BMW M5 e até o fusquinha que vemos nas ruas do nosso Brasil. Todos trazem tantos detalhes que nem parecem ser modelos virtuais. Sobre o ambiente de jogo, nota-se de cara que muito foi mudado. Agora até os “brações” conseguirão pilotar numa boa. Para isso, você conta com lições para tirar as licenças e um sistema de ajuda de pilotagem, que avisa a marcha em que as curvas devem ser feitas. Uma das novidades é o controle de gravidade, que mostra se o carro está muito rápido numa curva. Outra é o Óxido Nitroso, que serve para envenenar seu carro e dá um ganho maior na aceleração. Lembre-se de que a marca Gran Turismo chegou ao seu status por simular a realidade, então, nada de explosões nem efeitos de luz e nada de saltos milagrosos na quilometragem. O carro ganha velocidade gradativamente, conforme a marcha que você estiver.
GT4 é muito bonito, isso nem é surpresa, mas isso fica mais evidente no modo Photo Travel, que consegue ser até mais bonito do que os replays do jogo.
Faltou citar que o multiplayer do jogo é fantástico – mesmo com a falta do prometido modo online -, que os cenários são perfeitos e que uma das pistas que ainda nem foi inaugurada na vida real.
Há pessoas que dizem que a série nunca conseguiu transmitir a verdadeira sensação de velocidade. Mas GT4 é assim mesmo: ame-o ou odeie-o. Na minha opinião, este é “o” jogo de corrida, talvez o melhor desta geração dos videogames.
MARCEL: A série Gran Turismo não é tanto sobre corridas de carros quanto sobre a obsessão maníaca de Kazunori Yamauchi em reproduzir os mínimos detalhes destas corridas num videogame. Nesse sentido, é difícil avaliar Gran Turismo 4 por si só, sem pensar no quanto ele mudou em relação aos jogos anteriores e naquilo que ainda faz falta na série. GT4 ainda fica devendo uma inteligência artificial mais sofisticada para os oponentes e um modelo mais realista para as colisões entre os carros. Isso sem falar na modelagem para os danos, que Yamauchi já prometeu para GT5. Mas isso pouco interfere com as qualidades do jogo. A quantidade de carros aumentou mais ainda, assim como o número de pistas e opções de personalização. Os gráficos, como acontecia desde as versões para PSOne, conseguem empurrar o hardware da Sony um pouco mais além, obtendo um nível de realismo impressionante e que só deve ser ultrapassado na próxima geração de consoles. Toda essa atenção aos detalhes, além do verdadeiro trunfo da série, que é a reprodução bastante fiel do estilo de direção de cada carro, faz com que o novo Gran Turismo continue numa categoria à parte dos demais jogos de corrida.
Gran Turismo 4 Pra PS 2
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- Macaco Primo do Tarzan
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